Bom dia, patota!
Nem vou comentar a falta de tempo pra postar xD Acho que todo mundo já tá acostumado com isso, neah? Gostaria de reforçar as palavras do meu caro colega Shiro Pedro e convidar a quem quiser a participar do blog e postar conosco. Tenho certeza que só iria incrementar a nossa equipe e trazer felicidade a todos os nerds!
Hoje eu venho falar de vocês de um poema (do Drummond, minha paixão) que quase todo mundo conhece o primeiro parágrafo mas ninguém procura conhecer o resto (xD). Enfim, venho postar hoje esse texto, que acho que TODOS deveriam ler, e espero que pensem a respeito, porque realmente vale a pena =D
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escuro
são indiferentes.
Não me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Espero que gostem =]
Beijos e abraços,
Corram pelados,
Henrique Dottoly
õ/
P.S.: Drummond é foda! *-*
P.S.2: Modernismo na veia xD
P.S.3: Bacon
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
Sangria - Henrique Dottoly
Bom dia, patota!
Bem, eu não vou me demorar, porque o poema é grande =D Eu que escrevi, tá, espero que gostem xD Peço desculpas por não ter postado sexta passada, é que estava em Brasília - DF, na SiNUS, onde passei os CINCO MELHORES DIAS DA MINHA VIDA! Recomendo que quem não conheçam o projeto, procurem um pouco, pois vale MUITO a pena conhecer. Não vou explicar melhor aqui, mas qualquer coisa, se alguém se interessar, pode falar comigo ;D
É curioso ver
Esse desespero que me destrói
É curioso ver
Como rogo por aquilo que repudiava
É curioso ver
Como as coisas mudam
É curioso ver...
Essa nossa vida é bem curiosa
E antitética
Acaba por nos confundir
E nos questionar
Afinal...
Por que, se só achamos felicidade
Ao fugir da tristeza?
A felicidade, então
É só mais uma droga?
Inatingível?
Alienante?
Uma fuga da realidade?
Amamos fantasias, especulações,
Simulações, Mitos,
Mas a vida, que deveria ser nossa paixão,
É o maior dos medos
Mitos, medos.
O que é o amor?
É um mito?
É fantasia?
Mais uma?
A morte é a única certeza.
Mais certa, ainda, que a vida
E no teu beijo
Provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo
Mas tenho de encontrar
Talvez pior ainda que a morte
Seja o adeus
Porque o adeus traz saudades
O adeus traz dor
Sofrimento
Só porque é triste o fim.
A felicidade é inatingível,
O amor não existe,
A morte é inevitável,
O adeus também.
E a vida?
A vida, cega, surda e burra
O maior dos mitos que criamos
Poderia ser facilmente comparada
A uma grande criança com uma lupa
E nós, as humildes formiguinhas
Use-a para felicidade, tristeza
Para política, para futebol
Para o tudo, para o nada
Para o bem, para o mal
Não fará diferença.
Diga-lhe perfeita, estapafúrdia
Imprevisível, inalterável
Não fará diferença.
Creia-lhe uma dádiva, uma dívida
Não fará diferença.
Busque-a ou não
Não fará diferença.
Então, de que me importa?
Não se sabe nosso objetivo para com a vida.
Não lhe devemos nada
Ela não nos deve nada.
Por que chorar?
Por que sorrir?
Por que continuar?
Se não consigo mais sentir?
E insistimos no mesmo erro.
Teremos as mesmas ilusões.
Sofreremos as mesmas desgraças.
Penderemo-nos nos mesmos becos escuros.
Mataremo-nos.
Machucaremo-nos.
Mutilaremo-nos.
Uns aos outros
E a si próprios
Me machuco com esse poema.
Me mutilo,
Me odeio,
Me perco,
Me desespero,
Me arrisco,
Me mato com esse poema.
Uso meu sangue para manchar de vermelho o topo e a base dessa página branca
Para banhar em sangue esse poema estapafúrdio
Essa poema vão, tão vão quanto a própria vida.
Tenho tal atitude para tirar de mim todo o mal.
Faço-me uma sangria com esse poema
Para livrar-me de todo esse veneno que corre por minhas correntes sanguíneas
Todo esse mal que me assola.
Ou não é nada disso.
Uso-me dessa escória de poesia
Para dramatizar uma situação banal
E mostrar para todos uma dor que não é real
Para chamar a atenção mundial
Para a situação mais normal
Tendo meus minutos de fama usual
E uma natureza racional
Dentro de uma civilidade animal
Curioso, não?!
Bem, eu não vou me demorar, porque o poema é grande =D Eu que escrevi, tá, espero que gostem xD Peço desculpas por não ter postado sexta passada, é que estava em Brasília - DF, na SiNUS, onde passei os CINCO MELHORES DIAS DA MINHA VIDA! Recomendo que quem não conheçam o projeto, procurem um pouco, pois vale MUITO a pena conhecer. Não vou explicar melhor aqui, mas qualquer coisa, se alguém se interessar, pode falar comigo ;D
Sangria
Esse desespero que me destrói
É curioso ver
Como rogo por aquilo que repudiava
É curioso ver
Como as coisas mudam
É curioso ver...
Essa nossa vida é bem curiosa
E antitética
Acaba por nos confundir
E nos questionar
Afinal...
Por que, se só achamos felicidade
Ao fugir da tristeza?
A felicidade, então
É só mais uma droga?
Inatingível?
Alienante?
Uma fuga da realidade?
Amamos fantasias, especulações,
Simulações, Mitos,
Mas a vida, que deveria ser nossa paixão,
É o maior dos medos
Mitos, medos.
O que é o amor?
É um mito?
É fantasia?
Mais uma?
A morte é a única certeza.
Mais certa, ainda, que a vida
E no teu beijo
Provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo
Mas tenho de encontrar
Talvez pior ainda que a morte
Seja o adeus
Porque o adeus traz saudades
O adeus traz dor
Sofrimento
Só porque é triste o fim.
A felicidade é inatingível,
O amor não existe,
A morte é inevitável,
O adeus também.
E a vida?
A vida, cega, surda e burra
O maior dos mitos que criamos
Poderia ser facilmente comparada
A uma grande criança com uma lupa
E nós, as humildes formiguinhas
Use-a para felicidade, tristeza
Para política, para futebol
Para o tudo, para o nada
Para o bem, para o mal
Não fará diferença.
Diga-lhe perfeita, estapafúrdia
Imprevisível, inalterável
Não fará diferença.
Creia-lhe uma dádiva, uma dívida
Não fará diferença.
Busque-a ou não
Não fará diferença.
Então, de que me importa?
Não se sabe nosso objetivo para com a vida.
Não lhe devemos nada
Ela não nos deve nada.
Por que chorar?
Por que sorrir?
Por que continuar?
Se não consigo mais sentir?
E insistimos no mesmo erro.
Teremos as mesmas ilusões.
Sofreremos as mesmas desgraças.
Penderemo-nos nos mesmos becos escuros.
Mataremo-nos.
Machucaremo-nos.
Mutilaremo-nos.
Uns aos outros
E a si próprios
Me machuco com esse poema.
Me mutilo,
Me odeio,
Me perco,
Me desespero,
Me arrisco,
Me mato com esse poema.
Uso meu sangue para manchar de vermelho o topo e a base dessa página branca
Para banhar em sangue esse poema estapafúrdio
Essa poema vão, tão vão quanto a própria vida.
Tenho tal atitude para tirar de mim todo o mal.
Faço-me uma sangria com esse poema
Para livrar-me de todo esse veneno que corre por minhas correntes sanguíneas
Todo esse mal que me assola.
Ou não é nada disso.
Uso-me dessa escória de poesia
Para dramatizar uma situação banal
E mostrar para todos uma dor que não é real
Para chamar a atenção mundial
Para a situação mais normal
Tendo meus minutos de fama usual
E uma natureza racional
Dentro de uma civilidade animal
Curioso, não?!
Bem, espero que gostem, patota.
Beijos e abraços,
Corram pelados,
Henrique Dottoly
P.S.: SiNUS é linda!!!
P.S.2: O poema ficou grande, mas nem ficou tão ruim. Se alguém achar também que é muita prepotência minha colocar meu poema aqui, pode falar, viu, gente? Não me ofenderei =]
P.S.3: Meu e-mail, caso alguém se interesse, é henriquedottoly@bol.com.br
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