quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Resenha : O Festim dos Corvos por George R R Martin


Olá novamente meus fiéis amigos nerds !
Antes de mais nada,preciso dizer que sou uma pessoa que não goza da virtude da paciência,dessa forma,longas esperas não são o meu forte e consequentemente faço tudo que está ao meu alcance para evitá-las !

OK,até aí tudo bem,mas vocês devem estar se perguntando o que esse discurso tem a ver com a postagem de hoje certo ? Pois bem,acho que muita coisa,visto que assim que eu terminei a leitura de A Tormenta de Espadas,eu tinha duas opções : 1)Eu esperaria até Fevereiro de 2012 para ler o livro em Português 2)Correria para a livraria e compraria imediatamente o livro em inglês para descobrir o que iria acontecer na monumental obra do Sr.Martin !
Bem,acho que depois do meu discurso inicial,vocês já devem imaginar qual foi a minha escolha,certo ? AH,e é bom avisar também que essa resenha não terá spoilers,portanto pode ler sem medo ! ;)

O Festim dos Corvos foi um dos mais aguardados livros de As Crônicas de Gelo e Fogo,visto que seu lançamento sofreu um atraso de cinco anos em relação ao seu antecessor,A Tormenta de Espadas.Embora tenha-se criado toda uma atmosfera de expectativa em torno do livro,esse quarto romance não pode ser descrito como impactante,visto que seu enfoque é muito mais nas consequências do que nas ações dos personagens ! Aqui,as Crônicas sofrem uma mudança narrativa.e se antes a história era sufocante,aqui ela se torna mais filosófica e reflexiva !

Em o Festim,a Guerra dos Cinco Reis já toma contornos de fim e agora é hora de o reino se reorganizar depois das baixas.Com a morte de Tywin Lannister,sua filha Cersei se vê enfim no controle de tudo e tenta organizar um reino em visível crise política.Enquanto isso,nas Ilhas de Ferro,a escolha de um novo rei se aproxima e o junto com ela traições e antigos ressentimentos surgem à tona.Em Braavos,a jovem Arya começa seu aprendizado em uma misteriosa seita oriental,enquanto no Vale,Sansa assiste a Mindinho lutar para reafirmar seu domínio no ninho da Águia.Em meio a um cenário de devastação e perdas,um reino tenta se reorganizar,mas as perigosas escolhas de seus governantes,podem trazer mais Guerra e devastação à já tão sangrenta Westeros,nesse ponto,a fé assume caráter fundamental e nesse livro mais do que nunca,acompanhamos o papel da religião crescer bastante no Jogo dos Tronos.

Embora a sinopse sugira uma história cheia de batalhas e traições,não é bem isso que nós acompanhamos aqui.Depois de todo o drama de A Tormenta de Espadas,a trama de O Festim assume um tom lento,muito diferente da verdadeira montanha russa que foi seu antecessor.Obviamente essas mudanças são necessárias,visto que a história precisa ser reestruturada,mas nem por isso elas deixam de ser ligeiramente prejudiciais e comprometedoras ao ritmo do livro.

Muitos personagens queridos nem sequer aparecem nesse livro,como é o caso de Tyrion,Jon e Daenerys,mas em compensação,novos pontos de vista pipocam na obra,dentre os quais podemos destacar Cersei,que curiosamente começa a mostrar o quanto é fraca numa situação em que seus poderes são poderes são quase ilimitados.

Além de Cersei,outros personagens que eram nada mais que coadjuvantes enfim ganham seu ponto de vista como é o caso dos Greyjoy das Ilhas de Ferro,que em meio a conflitos e tensão devem escolher seu novo rei.Além deles,cresce o destaque de Brienne em sua busca por Sansa,assim como Jaime,Sam e até Ser Arys que aqui recebem um espaço especial.Muitos pontos de vista são feitos para avançar a história,mas outros são introduzidos com o mero intuito de narrar o que acontece em determinado lugar do reino.

Dentre os velhos amigos,temos Sansa e Arya que tentam sobreviver depois de tantas perdas.É interessante ver o quanto Martin amadureceu as crianças em seus livros,e lendo capítulos de Sansa e Arya,percebemos que as duas "crianças" se demonstram mais equilibradas que muitos adultos da história.

Esse quarto livro das Crônicas é sem dúvidas o mais lento da história e devo admitir que foi o que mais demorei para ler.É claro que existem pontos importantes para a história,especialmente as escolhas de Cersei em sua paranóia em Porto Real,mas em suma,esse livro é muito mais sobre as jornadas metafóricas de cada personagem,sendo muitos capítulos,especialmente os de Brienne,absolutamente sem propósito para a série como um todo.

A escrita de Martin continua fantástica,mas seu modo de conduzir a história mudou nesse livro,e isso,sou obrigado a dizer,acabou tirando um pouco da eloquência e surpresa que fizeram das Crônicas uma série tão sensacional.É uma boa leitura e recomendo a todos que já vem lendo a saga,no entanto,ao se chegar ao final do livro,a impressão que fica é que houve verborragia por parte de Martin e que das 900 páginas do livro,umas 500 seriam absolutamente dispensáveis.Agora só nos resta aguardar A Dance with Dragons e ver se no quinto livro a história volta a ser como era antes.

Entretanto é preciso deixar claro que mesmo em seus piores momentos,o sr.Martin é um escritor muito melhor que a maioria dos autores da atualidade.

3 comentários:

Maximus disse...

Estava na duvida se compraria o "Festim dos Corvos", ou dava uma pequena pausa pra ler um livro novo. Vou ler "jogos vorazes" primeiro, e depois volto para terminá-lo

Valeu pelo comentário

Anônimo disse...

Estou quase terminando o terceiro livro.
Na minha opinião o design da capa do quarto livro supera as anteriores, mas parece que o conteúdo não.
Lendo as criticas no google fiquei um pouco confuso, a maioria falam de livros segundo a divisão de Portugal.
Pra que dividir um livro em dois volumes?
será que eles lá não gostam de ler livros grandes?
porém, mesmo assim, comprarei o livro, para ter a série completa
mas agora já sei, não vou ficar animado cem por cento
sei que é um livro de pausa, frisando as consequências dos atos de todos nos últimos tres livros
só espero que a dança dos dragões venha com tudo

marcelus disse...

É preciso entender que a Dança com Dragões não vai vir com tudo, ou seja...sincronicamente falando, as coisas que acontecem em "Dança", acontecem simultaneamente em "festim", com a provável e honrosa excessão dos capítulos finais de "Dança" que me chocaram tanto quanto o capitulo do casamento, no livro três...são um murro na boca do estomago e mostram que Martin é um gênio.

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